O nomadismo e o imobiliário
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O nomadismo e o imobiliário

28 out 2021
Elisa Tawil
Elisa Tawil
3 min
O nomadismo e o imobiliário

Resumo

O nomadismo desperta novas possibilidades de desenvolvimento, negócios e investimentos no mercado imobiliário. Confira no Imobi Report.

Encontrei Eberson Terra e Iara Vilela numa padaria no bairro de Higienópolis em São Paulo. Enquanto nossos pedidos eram preparados, Eberson autografou para mim seu livro “Carreiras Exponenciais” (Alta Books)  e Iara compartilhou comigo o mesmo sentimento esquisito de voltar a frequentar lugares públicos após as restrições impostas pelo isolamento social.

nomadismo

Contaram que estão casados há 16 anos e que, nos últimos 5, já viveram em cerca de 8 imóveis fixos, alugados por pelo menos 6 meses e ainda em 6 imóveis alugados por períodos mais curtos. Como casal, decidiram que viajar o máximo que pudessem era a prioridade antes de aumentar a família com a chegada dos filhos.

Perguntei se eles se consideravam nômades digitais e me disseram que, basicamente, desde 2013 vivem mudanças frequentes, que são rotineiras e que adoram isso! 

“O nomadismo é um estilo de vida bacana e interessante, mas apesar de as pessoas nos chamarem de nômades, não nos classificamos como tal, pois a gente se enxerga apenas como um casal que se muda bastante e nada além disso”, comentaram.

A adaptação na relação com o imóvel é um dos temas que também exploro no capítulo “quem casa quer casa?” do meu primeiro livro Proprietárias: A ascensão da liderança feminina no setor imobiliário, lançado no dia 26 de outubro pela editora Maquinaria.

Um trecho do livro explica que “essa relação mais orgânica com a transformação social, acompanhando a evolução da família e como esta lida com o patrimônio e a construção do seu imóvel, é o que precisamos acompanhar agora”.


Chaleira Elétrica

Já Matheus de Souza viaja pelo mundo desde 2017, conhece aproximadamente 20 países desde quando adotou o nomadismo digital. Habitou mais de 50 imóveis por períodos menores de 6 meses. A rotina de viagens acontece junto com Isadora, sua namorada. Filhos não estão nos planos, pelo menos a curto prazo.

Algo que foi muito interessante observar desta conversa com os casais é a relação com os portais, intermediadores e proprietários de imóveis.

Enquanto os portais e corretores são essenciais para Eberson e Iara, pois é com ajuda deles que localizam a próxima moradia, para Matheus e Isadora a busca se dá apenas por meio do sites como o Airbnb, um conceito que, na visão dele é “maravilhoso, mas em muitas cidades do mundo o serviço está ficando bastante caro – e não por culpa dos anfitriões, mas por causa das altas taxas cobradas.”

Agora, quando o assunto é preparar proprietários de imóveis para receber a tendência do nomadismo digital, as visões dos casais são complementares. Eberson e Iara acreditam que uma das “maiores dificuldades no Brasil é encontrar imóveis com contratos maleáveis, sem ser os tradicionais 12 meses de aluguel. A pandemia acelerou algumas transformações, como assinaturas de documentos online, mas ainda é preciso mais. Proprietários e corretores devem entender que ao se modernizarem e atualizarem seus modelos de locação, conseguirão expandir seus negócios para clientes do mundo todo e não apenas para os mais tradicionais”. 

Para Matheus e Isadora o recado é claro: “antes de mais nada, contrate o melhor serviço de internet disponível na sua cidade. De resto, tenha utensílios domésticos para viajantes de longa estadia – é chatíssimo chegar em um Airbnb e não ter uma chaleira elétrica, por exemplo”.

Os exemplos destes casais reforçam o questionamento que também trago em meu livro Proprietárias: “será que a máxima “quem casa quer casa” permanece? Será que quem casa quer um patrimônio?  Esse conceito que ficou parado no tempo pode ser encarado, a partir de agora, até com mais leveza no que diz respeito aos bens imobilizados”.

A construção de um patrimônio não deve mais ser vinculada a um determinado gênero e sim às possibilidades diversas de lar, investimento e construção.

O nomadismo digital é mais uma forma flexível de se relacionar com o mercado imobiliário e nos desperta para novas possibilidades de negócios, desenvolvimentos e  investimentos.

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