Construtoras capitalizadas para a retomada
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Construtoras capitalizadas para a retomada

12 nov 2019
Redação Imobi
Redação Imobi
8 min
Construtoras capitalizadas para a retomada

Grandes construtoras brasileiras captaram mais de R$ 4 bilhões na bolsa de valores. Estas são as boas novas referentes a oito companhias: Tecnisa, Trisul, Eztec, Helbor, Gafisa, LPC, Cyrela e Log Commercial Properties. Boa parte delas pretende usar o dinheiro para investir em novos empreendimentos e no estoque de terrenos

As notícias da Cyrela merecem atenção. Primeiro, anunciou que fechou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 104 milhões. Vale lembrar que, no mesmo período do ano passado, amargou um prejuízo de R$ 121 milhões.

Outra novidade da Cyrela é a entrada no mercado de locação, seguindo o movimento de outras construtoras, como MRV e Vitacon. Fortalecida pelo fundo Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), prepara-se para iniciar a operação de aluguel de imóveis residenciais de médio e alto padrão. Estão previstos dez empreendimentos em bairros nobres de São Paulo. O copresidente da Cyrela, Rafael Horn, foi econômico ao comentar o assunto: “Ainda não quero falar muito. A renda residencial deve ser um segmento interessante no leque imobiliário. Queremos testar”.

A maré está especialmente boa para os fundos imobiliários. O InfoMoney listou os 10 FIIs mais recomendados para o mês de novembro, que incluem investimentos em fundos de imóveis comerciais e shoppings.

O quadro “Cadê o dinheiro que tava aqui?”, do Fantástico, denunciou um esquema de aprovação de projetos imobiliários em Uberlândia. Engenheiros da Secretaria de Planejamento Urbano recebiam propina de construtoras e incorporadoras para aprovar imóveis mais rapidamente, mesmo com projetos fora dos padrões. Além de empresas locais, a MRV é citada na reportagem.

Imobiliárias

A startup paulistana Loft se prepara para novos mercados após a compra da empresa de reformas Decorati. Com 51,5% das ações, a Loft assume o controle do negócio aumentando de 100 para 500 a quantidade de obras simultâneas realizadas. A previsão é de que este número dobre em 2020.

O Grupo ZAP tem ousado na divulgação do seu iBuyer. A marca está circulando no bairro de Perdizes, região de classe média alta de São Paulo, com um carro-forte plotado chamando os proprietários de casas e apartamentos na região para conversar. O ZAP ainda mandou pizzas em caixas personalizadas para todos os apartamentos de 46 prédios da região, apresentando seu negócio de compra, reforma e revenda de imóveis. É o maior portal imobiliário do Brasil apostando nas experiências físicas e no relacionamento para angariar clientes e imóveis. 

Já de olho na locação, o ZAP fez uma parceria com a seguradora Tokio Marine. A proposta é facilitar a contratação de seguros imobiliários no próprio portal. “Estamos sempre em busca de soluções inovadoras e que facilitem a vida de nossos clientes, parceiros de negócios e corretores de seguros. A atuação em conjunto com o Grupo ZAP permite que estejamos cada vez mais próximos desses públicos, oferecendo as melhores garantias e coberturas para o mercado imobiliário”, comenta ao portal Segs a diretora de Canais Especiais da Tokio Marine, Marcia Silva.

Venda direta e corretor exclusivo. Eis o futuro das transações imobiliárias na visão de Renato Orfaly, CEO da Casafy. Ao InfoMoney, ele comenta a transformação digital no mercado imobiliário. “No futuro eu acredito que vá haver venda direta ou venda pelo corretor exclusivo, já que o corretor e as imobiliárias sempre terão seus clientes. Mas as pessoas também poderão negociar de forma direta para deixar o negócio mais fácil. A tecnologia permite isso”, disse Orfaly.

Proprietários de imóveis nas praias afetadas pelo óleo, no Nordeste do país, estão preocupados com a rentabilidade das suas propriedades. Já hoteleiros têm divulgado registros de demanda intacta nas últimas semanas.

As plataformas de short-stay também não veem impacto nas reservas. “O mercado começa a se recuperar, ainda no embalo da economia (em dificuldades). Mas há uma reação em andamento, com as pessoas investindo mais nessa modalidade. Portanto, a perspectiva para os próximos meses, anos, é que mais gente opte por se hospedar, durante as férias, com mais conforto, privacidade, preços mais em conta (em comparação a hotéis e pousadas)”, afirma o gerente de marketing do portal especializado Casa Férias, Ervans Andrey, em entrevista ao UOL.

Com dois modelos de negócios, B2B e B2C, a Resale simplificou a compra e venda de imóveis retomados por inadimplência. Até o mês de setembro, a plataforma registrou 2.310 imóveis vendidos, o equivalente a R$ 760 milhões negociados pela plataforma. O desempenho já tinha despertado a atenção do BTG Pactual, que adquiriu 65% da startup.

Tecnologia

O SoftBank anunciou que fechou o último trimestre com prejuízo. Pela primeira vez em 14 anos, o fundo japonês sofreu perdas de US$ 6,5 bilhões

O principal rombo veio justamente do prejuízo de US$ 8,9 bilhões que abateu o Vision Fund, fundo multibilionário que investe em startups como a WeWork. Sobre esta, em particular, o presidente do SoftBank, Masayoshi Son, declarou em coletiva: “Meu julgamento sobre o investimento foi ruim em muitos aspectos e estou refletindo profundamente sobre isso”.

Como já contamos aqui no Imobi, outras startups do imobiliário vinculadas ao SoftBank estão tentando manter distância e reforçar suas diferenças perante a WeWork. É o caso da Compass, que fez um memorando a respeito para acalmar os funcionários. A Opendoor declarou que o investimento do SoftBank é minoria no capital levantado. Já a Katerra afirmou que eles não são de forma alguma como a WeWork. O grupo japonês também é investidor do QuintoAndar.

Outra startup com problemas é a Airbnb. No dia 31 de outubro, em pleno Halloween, uma usuária da plataforma alugou uma casa na Califórnia para 12 pessoas. Porém, deu uma festa que atraiu mais de 100 convidados e na qual houve um tiroteio, com desfecho trágico: cinco mortos e quatro feridos.

Até então, festas não eram proibidas pela plataforma, mas podiam ser proibidas pelos anfitriões. Era o caso deste imóvel alugado. Depois do ocorrido, o CEO da Airbnb, Brian Chesky, anunciou que casas para festas estão proibidas e que o controle sobre as acomodações será ampliado, assim como usuários que desrespeitarem as novas regras serão punidos.

Neste novo formato de controle, a Airbnb promete verificar os mais de 7 milhões de imóveis oferecidos na plataforma até dezembro de 2020. Também deve reembolsar totalmente os usuários que passarem por experiências negativas no aplicativo, como no caso de imóveis que não correspondem às fotos ou quando há cancelamento por parte do anfitrião.

As ações vêm a tempo de responder, mesmo que indiretamente, uma denúncia feita pela Vice. A jornalista Allie Conti teve uma péssima experiência com a plataforma em Chicago e acabou descobrindo um grande esquema, envolvendo a plataforma do Airbnb, que revelou ao mundo em reportagem publicada no mesmo dia da fatídica festa. 

Allie conta que alugou uma casa e, faltando 10 minutos para o checkin, recebeu uma ligação afirmando que seu imóvel não estava mais disponível por problemas com o encanamento. O seu anfitrião gentilmente ofereceu uma casa maior, mas a jornalista teria que decidir imediatamente. Allie e seu grupo aceitaram e, quando chegaram ao endereço, descobriram que não era o mesmo lugar das fotos. Pernoitaram por falta de opção, mas passaram os próximos dias em um hotel. Como dormiram uma noite apenas no endereço, não receberam o reembolso total. Foram reembolsados US$ 399 dos mais de US$ 1.200 pagos.

Allie começou, então, uma investigação. Descobriu que as fotos do imóvel em que foi realocada ilustrava vários anúncios da plataforma e que não foi a única que caiu no esquema. A brecha encontrada pelos golpistas é que a plataforma não reembolsa integralmente os usuários caso eles cheguem a ficar no imóvel. Então, estes anfitriões cancelam o aluguel na última hora, oferecem um imóvel pior e ficam com parte do aluguel. 

A jornalista foi mais a fundo e descobriu um grande esquema: não apenas o anfitrião usava um nome falso, como mantinha diversos perfis nos Estados Unidos. Conseguiu chegar até um contato que seria a empresa real do seu anfitrião, mas o máximo de respostas que recebeu do Airbnb foi deletar alguns dos perfis denunciados por ela. No fim da reportagem, há uma nota afirmando que até o FBI entrou em contato com a VICE para investigar as acusações.

A plataforma também perdeu uma batalha em New Jersey. A cidade vizinha de Manhattan votou pela restrição de plataformas de aluguel curto e compartilhamento de casas. Muitas porradas para uma startup que pretende lançar seu IPO no próximo ano.

Mundo

Na China, pelo menos 30 cidades facilitaram as permissões de residência, freando uma desaceleração maior do setor imobiliário pela qual passa o país. A autorização para a compra de imóveis é uma exigência em muitos lugares na China e facilitar sua obtenção tem o efeito de estimular as vendas. 

Diante de crise imobiliária na Califórnia, Apple investirá US$ 2,5 bilhões para reduzir a falta de imóveis que elevou os preços na cidade. De acordo com a empresa, US$ 1 bilhão será administrado em conjunto com as autoridades estaduais, visando moradias populares. Já a outra parte será destinada a um fundo estatal que vai custear imóveis para algumas categorias de trabalhadores, como professores, enfermeiros, policiais e bombeiros. 

Em São Francisco, ativistas e dezenas de inquilinos realizaram um protesto contra o dono de uma das maiores gestoras de propriedades para locação na cidade, a Veritas. Os manifestantes alegam que a empresa usa métodos sutis para forçar um “despejo mascarado” de inquilinos, como obras incômodas e uso de brechas que permitem aos proprietários aumentar os aluguéis para cobrir custos de manutenção dos imóveis. Desde 2007, a Veritas adquiriu 265 edifícios avaliados em mais de US$ 3 bilhões.

Estamos de olho

O QuintoAndar está estudando entrar no mercado português. Em entrevista ao Dinheiro Vivo, o CTO e cofundador da startup André Penha afirma: “instalar um centro tecnológico em Lisboa ou no Porto faz sentido no plano de expansão”.

Um estudo com millennials milionários aponta que “walkability” (ou “caminhabilidade”, em tradução livre) é um fator mais determinante do que se imaginava na compra de um imóvel de luxo. Os ricos desta geração querem morar bem e o conceito de alto padrão tem se transformado, o que inclui poder andar para o trabalho, fazer compras, lazer ou um cafezinho na esquina.

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