Corretora de imóveis ou dona do bairro? Conheça a história de Lea Leal

Lea Leal é a corretora de imóveis que trocou o axé pelo forró e não volta atrás. Nasceu na Bahia, mas brinca que a mãe plantou o cordão umbilical na Paraíba, onde atua no mercado imobiliário há mais de 20 anos. Em João Pessoa, escolheu um bairro para chamar de seu, o Bessa.

Lea é um ótimo exemplo de hiperlocalismo: escolheu uma cidade, uma região dessa cidade para atuar, e hoje é reconhecida por isso. Mas nem sempre foi assim: “Para mim, o mais desafiador no começo da minha carreira foi ser corretora de imóveis em um lugar que eu não tinha referência familiar nenhuma. Aqui, ninguém conhece meu pai, minha mãe, sabe, e essa confiança é importante. ‘Não vou dar um apartamento pra essa menina vender, não sei nem quem é, nunca vi na vida’, as incorporadoras pensavam”, conta Lea.

“Para eu chegar em uma cidade e dizer que eu existo, que eu sou corretora, que eu sou boa nisso, tive que começar a fazer meu próprio marketing. Pensei, bom, para eu vencer nessa terra eu preciso que as pessoas me conheçam. Mais do que isso, percebi que precisava estudar para ser além de uma simples proprietária do meu escritório, mas para ser uma boa gestora”, analisa. 

A escolha do Bessa

Na época, o pai do seu filho, que é paraibano, a levou para comemorar alguns São Joãos em João Pessoa, e aí foi surgindo o interesse pela cidade, até que decidiram se mudar definitivamente. Mesmo depois do divórcio, ficou. “Quando eu decidi ficar em Paraíba, olhei bairros que estavam em crescimento e pensei poxa, queria tanto trabalhar no bairro que eu moro. Um bairro com tudo a fácil acesso, todos os serviços que preciso. Aí me deparei com o bairro do Bessa. Quando conheci, estava em expansão, só tinha lotes e pensei, ‘rapaz, isso não vai ficar assim por muito tempo não’. Não deu outra, o Bessa explodiu em verticalização, valores de metro quadrado, organização. Cresci junto com o bairro”, conta.

Cresceu e apareceu. Lea chama o bairro de “meu país” e já foi apelidada de “dona do Bessa”. “Hoje, as pessoas passam por mim e me comprimentam. Ficou aquela coisa de cidade pequena mesmo, todo mundo sabe quem é Lea. É emocionante até falar sobre isso, porque… que negócio doido”, ri.

Essa proximidade com as pessoas é a parte preferida da rotina de Lea. “Participar ativamente da vida das pessoas é muito doido. Eu amo o ser humano, com todas as suas insanidades e tranquilidades. Então, no dia a dia, sou amiga, psicóloga, especialista, entendedora… Já acompanhei clientes em cirurgia, no hospital – clientes que não têm família em João Pessoa. A profissão de corretora na minha vida me fez tornar parente dos clientes. Uma nova família inteira”, afirma.

O início da carreira de corretora de imóveis

Lea entrou no mercado imobiliário por coincidências da vida: “Minha mãe fornecia marmita para construtoras. E eu era uma das entregadoras, então eu comecei a conhecer os bastidores do mercado imobiliário, que me despertou muito interesse. Fui convidada por um engenheiro de uma construtora de Salvador, na época que eu morava lá, e fui ser office girl nessa construtora. Conheci o pai do meu filho, que era corretor, e me despertou ainda mais o interesse. Tirei o TTI e me transformei em corretora de imóveis”, conta.

Coincidência não, alto lá. Propósito. “É muita perseverança, muitos domingos, quantas coisas que tive que anular em busca desse propósito. Meu propósito de vida é ser corretora. Sempre fui peralta, sempre fui danada, trabalhei em várias empresas mas nunca gostei muito de ser mandada, o que fez eu me encontrar na corretagem. Sou muito temente a Deus e ele disse pra mim que essa terra era minha terra prometida. E é”. Sua dica para quem está começando no mercado? Persistência: “De um cliente de 100 mil e um cliente de 10 milhões, a corretagem é uma entrega. Não seja só um corretor. Seja um mundo todo imobiliário”.