RH: contratações realizadas de maneira errada podem afundar sua imobiliária
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Iniciei minha jornada profissional em um quiosque, dentro de um shopping em Curitiba. O espaço era minúsculo, para quatro atendentes trabalharem. A cada semana, uma pessoa saía e outra entrava, e, nos bastidores, a conversa do proprietário era sempre a mesma: “Os jovens de hoje em dia não querem trabalhar”.
Eu, com apenas 17 anos, tendo recém iniciado a universidade, já estava aprendendo sobre gerenciamento de pessoas nas empresas. Acompanhando aquelas movimentações, fazia reflexões de que a falha iniciava-se lá no começo, no processo seletivo, em que as perguntas das entrevistas se baseavam apenas em “Possui disponibilidade para trabalhar em Shopping?”, “Pode começar quando?”, e por fim, “Está contratada”!
Porém, uma semana depois, a alegria virava pesadelo, pois todo o tempo gasto com treinamento era jogado fora porque a colaboradora ou era desligada ou pedia demissão, por estar fora da cultura da empresa ou não ter o rendimento que era esperado pelo líder.
Aquela experiência me marcou para sempre, como um exemplo do que não deve acontecer em uma empresa. Atualmente, trabalhando junto às imobiliárias, ajudando-as a estruturar um departamento de Recursos Humanos, percebo que muitas passam ou já passaram pela mesma dor do proprietário do quiosque do shopping, seja pelo anseio de ter um novo colaborador de forma rápida, para atender os clientes; pela inutilização da descrição de cargo; por não utilizar uma entrevista comportamental; ou por “n” desafios que um empresário pode enfrentar durante uma contratação.
Deixo como exemplo uma prática muito comum realizada por muitas imobiliárias as quais tenho acompanhado, que é a falta de objetividade na definição das atividades que o funcionário vai desempenhar e na divulgação da vaga. O erro começa na própria descrição da função, que nem sempre é clara o suficiente para que se tenha a assertividade na seleção dos candidatos. Não tendo a clareza, fica difícil até para fazer perguntas adequadas, resultando em uma entrevista rasa e sem qualidade. Desta forma, acabamos por selecionar um perfil que, muitas vezes, não apresenta os valores e as competências que buscamos, gerando dores de cabeça para o empreendedor.
Mas quais as consequências de uma contratação errada dentro do time? O primeiro problema é a rotatividade, seguida de custo com demissões x contratações em um curto período de tempo. Geralmente, em uma contratação realizada às pressas, não são levados em consideração os critérios mínimos da vaga, gerando prejuízos para a sua imobiliária.
Além disso, os investimentos realizados para treinar e desenvolver os novos funcionários também precisam estar na ponta do lápis. Pois um profissional com perfil mais sênior (consequentemente, com salário maior) precisará parar com suas demandas para ensinar e treinar a pessoa nova com os seus afazeres.
Outro ponto que merece destaque é que um possível desalinhamento de perfil pode fazer com que a empresa perca clientes em potencial, devido a um profissional de atendimento que não tenha competência suficiente para a função, por exemplo.
Por último, mas não menos importante, não podemos deixar de falar na desmotivação que acaba gerando na equipe interna, com o tal do entra e sai, podendo afetar a produtividade coletiva.
Como vimos, uma contratação realizada de forma errada, pode representar um problema interno e financeiro para a sua imobiliária, que pode se estender por algum tempo. Para evitar isso, o ideal é ter um processo de seleção baseado em critérios objetivos, que proporcione melhores resultados na contratação e, posteriormente, para a empresa.
Vamos juntos repensar as contratações da sua imobiliária?
Isabela Ribeiro
Head de Recursos Humanos na CUPOLA e consultora de RH para as imobiliárias, além de especialista em recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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