Investimento em mídia avança para o digital, mas experiência do cliente é figital
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O setor imobiliário está entre os 15 que mais investiram em publicidade em 2020, segundo pesquisa da Kantar IBOPE Media. O levantamento mostra que mais de 3.700 anunciantes compraram espaço em todos os meios de comunicação, incluindo jornais, revistas, internet e TV por assinatura. Os anúncios de imóveis representam cerca de 10% da publicidade paga no país, com investimentos em torno de R$ 600 milhões.
A migração do “marketing de asfalto” para a internet foi tema de reportagem publicada pelo Valor Econômico. A publicação cita os cases da Tecnisa, que tem 83% das vendas originadas na internet; da Nortis, onde essa taxa é de 60%; e da Benx, que inverteu a proporção dos investimentos em mídia off e on ao longo da pandemia e passou a reservar 60% do valor investido em publicidade para as mídias digitais.
Mas será que essa realidade é geral no mercado imobiliário? Em matéria publicada no Imobi Report, mostramos que, mesmo em um momento de crescimento do digital, imobiliárias vêm diversificando seus investimentos e mídia, para promover o melhor reconhecimento da marca. O Imobi ainda traz cinco sugestões de mídias para quem quer investir em branding e ser a primeira lembrança do cliente.
“A tecnologia é a nossa melhor publicidade”, escreve em artigo publicado no portal Tecmundo o CEO da Apto, Alex Frachetta. Ele menciona a migração do off para o digital, para além da mídia. O conteúdo cita novas funcionalidades para sites, como chatbot, solução de agendamento de visitas e tour virtual, além, é claro, dos marketplaces, como a Apto.
O Caderno Imobiliário do jornal A Tarde também publicou reportagem sobre o impacto da tecnologia no mercado imobiliário, a partir do exemplo de imobiliárias baianas, como a Itaigara e a Plácido Imóveis. O conteúdo cita a HomeHub, que se apresenta como uma plataforma de tecnologia imobiliária que atua no formato figital – junção das palavras físico e digital.
Imobiliárias
O que o mercado automotivo pode ensinar ao mercado imobiliário? Para o CEO da CUPOLA, Rodrigo Werneck, uma verdadeira revolução está diante do imobiliário, especialmente na locação de imóveis, a exemplo da cadeia automobilística. Em artigo publicado no Imobi Report, Rodrigo reflete sobre as mudanças profundas na relação dos consumidores com a posse e o uso do automóvel e traz essa perspectiva para o imobiliário: “Montadoras (incorporadoras), concessionárias (imobiliárias e corretores autônomos de vendas) e locadoras (investidores imobiliários + imobiliárias de locação) se encarregam de levar o produto final ao consumidor, dentro de uma correlação de dependência que vem se transformando rapidamente”. Vale a leitura.
O Aluguel Master, que iniciará em breve sua terceira edição, está com as vagas quase esgotadas. Nos dois anos anteriores, a CUPOLA, ao unir 14 anos de experiência no mercado imobiliário com alguns dos empreendedores mais inspiradores deste segmento, ajudou mais de 90 imobiliárias a organizarem a locação e melhorarem a rentabilidade. A inscrição para as últimas vagas do maior e mais imersivo treinamento na locação de imóveis do País podem ser feitas aqui.
Dados do Imovelweb apontam que a busca por leilões de imóveis por pessoas físicas aumentou 55% no último ano. Um dos grandes públicos são os investidores. Aproveitando a tendência, o Imovelweb fechou uma parceria com a Leilão Vip para que os proprietários possam optar em leiloar seu imóvel de forma rápida e para que os interessados na compra tenham uma solução simples e integrada à plataforma.
No Sul do país, 35% dos consumidores planejam comprar um imóvel nos próximos dois anos. Destes, 9% já estão visitando imóveis e no início da negociação. No último ano, a região registrou um salto de 16,1% nas vendas de imóveis, com destaque para a segunda moradia, que teve recorde de vendas. Os dados são de um levantamento da Brain Inteligência Estratégica.
Impulsionada pela venda de apartamentos avaliados em mais de R$ 2 milhões, a imobiliária Bridge, de Porto Alegre, faturou 30% a mais em 2020. Com isso, a empresa está de mudança para uma nova sede, que recebeu investimento de R$ 1 milhão. Para Eduardo Haas, sócio-fundador da Bridge, o resultado reflete uma mudança de comportamento dos consumidores gaúchos de alto padrão, que estão trocando imóveis com 100 m² por unidades com o dobro do tamanho, de preferência que tenham espaço para home office, boa internet e iluminação e até decoração para chamadas de vídeo.
Incorporadoras
A Tenda, a RNI e a Moura Dubeux divulgaram seus balanços de 2020. As três fecharam o ano com lucro, porém as duas primeiras tiveram suas margens brutas reduzidas. A Tenda esperava uma margem bruta de 33,2%, mas alcançou 31,1%. Já na RNI, o impacto foi maior: de 35,9% para 25,4%. A Moura Dubeux elevou sua margem bruta de 20,9% para 27,1%.
Falando em Tenda, neste ano a incorporadora pretende acelerar seus projetos de construção off-site. No segundo semestre, a incorporadora irá inaugurar sua “fábrica de casas” em Jaguariúna (SP), onde produzirá vigas, pilares, paredes e outros elementos. As casas seguirão o modelo de woodframe. Renan Sanches, diretor financeiro e de relações com investidores da Tenda, explica que o modelo atende às especificações de conforto térmico, acústico e segurança: “A parede tem quatro camadas: madeira, gesso, placa cimentícia e camada antiumidade. É muito mais que madeira”, disse ao Estadão. O executivo ainda aponta que irão suprir o off-site com os projetos on-site.
Ainda sobre a B3, a Kallas, incorporadora de médio e alto padrão, desistiu de realizar seu IPO. Apesar do bom momento para o mercado imobiliário, a recíproca não é verdadeira para a economia do país, que passa por volatilidade fiscal e política. Só neste ano, 16 empresas já desistiram de ingressar na bolsa, sendo 7 do mercado imobiliário.
No podcast Do Zero ao Topo, da Infomoney, Jorge Cury, CEO da Trisul, conta sobre o período difícil que a incorporadora enfrentou entre 2007 e 2010. De 2011 a 2013, a Trisul passou por uma reestruturação e hoje a empresa tem a recomendação de compra em cinco dos seis bancos e casas de análise que a acompanham.
Integrante do grupo MRV&CO, a Luggo está expandindo sua atuação por meio de um modelo inédito no Brasil, de edifício residencial para aluguel integrado com shopping center. A primeira “experiência” da startup de locação será junto à Iguatemi Empresa de Shopping Centers, para construção e gestão de um prédio de 18 andares do Galleria Shopping, em Campinas. Desta forma, a Luggo pretende se fortalecer em locais com forte demanda potencial por locação residencial, à medida que passa a oferecer aos moradores as opções de comércio, serviços e entretenimento de shopping.
Para Abrão Muszkat, fundador da incorporadora You, as perspectivas para 2021 continuam muito boas. Ele avalia que a Selic não chegará ao patamar de 5% ao ano, portanto a concessão de crédito imobiliário não será prejudicada. Em entrevista para o Valor, o empresário diz esperar que os custos de insumos se estabilizem a partir do segundo trimestre, mas garante que se houver novos aumentos, a You pretende absorvê-los: “O mercado está forte, mas o comprador não aceita pagar qualquer preço”.
Durante participação no Summit Abrainc 2021, Luiz Antonio França, presidente da associação, disse que o setor espera que as reformas administrativa e tributária ganhem força no segundo semestre e que, à medida que a vacinação avançar, crescerá o sentimento de esperança no país. Além da vacinação, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), destacou também durante o evento a questão do déficit habitacional – que está em 7,8 milhões de moradias e deve chegar a 11,4 milhões até 2030 – e disse que o governo está atento para evitar que a alta dos materiais de construção prejudique o setor. Por sua vez, Pedro Guimarães, presidente da Caixa, anunciou que o banco está discutindo a possibilidade de mais seis meses de carência para pagamento de prestações dos mutuários do programa Casa Verde e Amarela.
A Hedge Investments, gestora de fundos imobiliários, está concluindo a captação de até R$ 220 milhões para seu novo fundo, o Design Offices. O produto, que será do tipo desenvolvimento (compra terrenos e constrói imóveis para venda), focará em escritórios boutiques. Segundo a gestora, com o hábito do home office disseminado, espera-se que as empresas troquem sedes enormes por espaços mais enxutos, bem localizados e com arquitetura autoral.
Lançado em outubro de 2020, um residencial de luxo voltado à população com mais idade, a chamada “geração prateada”, tem alcançado bons resultados de vendas em Porto Alegre. Em pouco mais de quatro meses, 75% das unidades do Magno Senior Living, no bairro de Três Figueiras, já foram comercializadas, atingindo VGV de R$ 50 milhões. As obras tiveram início neste mês e têm previsão de entrega para setembro de 2023. Os empreendimentos voltados ao público sênior já foram assunto aqui no Imobi Report recentemente, vale a pena resgatar esse conteúdo para (re) ler.
Falando em residenciais de luxo, o Imobi Report entrevistou duas imobiliárias que atuam neste nicho para dar um overview do mercado. Cristiano Cruz, fundador e CEO da One Imóveis de Luxo, de Porto Alegre, e Sacha Myrna, fundadora da X Metros Quadrados, com sede em Boa Viagem, no Recife, explicam o que é o novo luxo, quais as demandas do consumidor de alto padrão, como atendê-los e como este é um setor resiliente para crises. Confira no portal.
Techs
A gestora de venture capital Terracotta Ventures está captando um fundo de R$ 100 milhões para aportar até 20 proptechs e construtechs nos próximos quatro anos. Entre os investidores, já há nomes como Cyrela e o grupo Gerdau. A Terracotta busca startups que possam inovar em todas as pontas do setor, desde a cadeia de suprimentos até as soluções para canteiros de obras, intermediação imobiliária, condomínios, serviços financeiros e outras demandas dos moradores de condomínios. Apostam, especialmente, no movimento “real estate as a service”, que reúne empresas focadas em prover moradia com experiência do cliente e serviço agregado.
Uma proptech para o pós-venda: a gaúcha Concede Crédito Imobiliário desenvolveu uma plataforma que permite enviar e receber documentos, agendar assinaturas e acompanhar etapas como análise de crédito e liberação de recursos. Assim, a startup digitaliza muito do trabalho do despachante e pode ser acessada por corretores, incorporadores, bancos e até pelos clientes finais. Além disso, a Concede também está desenvolvendo um sistema para fazer simulação de financiamentos.
Pouco menos de um ano após ser adquirida pela Loft, a startup de locação de imóveis para estadias curtas Uotel, que surgiu como concorrente do Airbnb no Brasil, está passando por um reposicionamento de marca. A partir de agora, a startup passa a se chamar Nomah, consolidando uma mudança que já acontecia desde o início da pandemia, quando a empresa passou a atender estadias mais longas também, justamente para absorver as novas necessidades dos clientes. Para isso, a Nomah também recebeu um aporte de R$ 50 milhões do unicórnio para ter condições de expandir sua atuação.
Mundo
Para driblar a vacância de imóveis nas metrópoles, corretores de imóveis de todo o mundo, principalmente nos Estados Unidos, estão contando com um novo aliado para divulgar seus anúncios: o TikTok. Em vídeos curtos, os agentes oferecem tours virtuais por múltiplos lugares em poucos minutos, o que tem agradado clientes exigentes, mas sem muito pouco tempo para se dedicar a visitas.
Se antes as piscinas eram o item de luxo mais desejado pelos consumidores, agora as preferências dos clientes desse nicho estão mudando. De acordo com matéria publicada pelo The New York Times e traduzida pela Exame, há um interesse cada vez maior por imóveis que contenham painéis solares. Esses equipamentos têm sido considerados indispensáveis para armazenamento de energia desde que os Estados Unidos começaram a sofrer com problemas de abastecimento de forma mais frequente, com falhas na rede elétrica do Texas e apagões impostos pela Califórnia.
Com políticas de reembolso que beneficiam muito mais usuários do que proprietários, implantadas por causa da pandemia, o Airbnb tem sofrido com uma debandada de seus principais parceiros, os donos de imóveis para locação por temporada. Em busca de condições mais atrativas para poderem voltar a contar com essa renda, os anfitriões têm migrado para outras plataformas, como o VRBO, como mostra matéria do The New York Times, traduzida e publicada pelo Estadão nesta semana.
Estamos de Olho
Na semana em que completamos um ano desde o início das medidas de isolamento social criadas na tentativa de conter a pandemia de Covid-19 no Brasil, a equipe do Imobi Report promove, junto com a CUPOLA, uma live mostrando que a guerra contra o vírus está longe de terminar e o mercado imobiliário precisa estar preparado para isso. Além de trazer essa análise, o encontro virtual se propõe a apresentar dez tendências para o setor para 2021. A live acontece nesta quarta-feira, às 19h, pelo Instagram..
Em março, também comemora-se o Dia da Mulher. No Imobi, celebramos a data reunindo mulheres líderes e estrategistas do mercado imobiliário em um encontro no Clubhouse. Para quem não conseguiu participar, transformamos o encontro em um texto no nosso portal. Para conferir, é só clicar aqui.
E nesta terça (16), às 18h30, temos mais um encontro no Clubhouse. A jornalista Ana Clara Tonocchi recebe Lucas Obino, CEO da OSPA, e Susanna Marchionni, CEO da Planet Smart City, falarão sobre smart cities e cidades responsivas. Para participar, acesse o aplicativo e traga suas perguntas.
Ainda que sejamos uma newsletter especializada no imobiliário, alguns assuntos gerais se cruzam com o nosso mercado. E não podemos deixar de falar da mais nova onda do coronavírus, que está assolando muitas cidades brasileiras. Na última semana, na imprensa, circularam notícias sobre profissionais do mercado imobiliário que foram vítimas da Covid-19. Ruy Pinheiro de Araújo, ex-presidente do Creci-MT, faleceu aos 65 anos. Ele estava internado na UTI de um hospital particular de Cuiabá. Já Thiago Weckerlin, diretor da Stelle Consultoria Imobiliária, de Ponta Grossa (PR), foi vítima da doença aos 34 anos.
Enviamos nossa solidariedade para as famílias, aguardamos esperançosos pela vacinação em massa e pedimos: leitores, se cuidem e, se puderem, fiquem em casa.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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