Precisamos olhar para além dos recordes de vendas do imobiliário
Resumo
Elisa Tawil reflete sobre a necessidade de olhar para além dos recordes de vendas do imobiliário e ajudar a sociedade no momento atual.
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Recordes atrás de recordes. O mercado imobiliário segue crescendo na crise provocada pelo coronavírus, ultrapassando séries históricas, como apontado pela Associação Brasileira de Entidades de Créditos Imobiliário e Poupança (Abecip). O financiamento imobiliário com recursos da poupança deve crescer 27% em 2021 em relação a 2020.
Não só a tomada de crédito está em alta, como também as vendas batem recordes. Com a comercialização de 5.009 unidades em fevereiro deste ano na capital paulista, a Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada mensalmente pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, registrou o melhor resultado em termos de vendas para um mês, desde o início de sua série histórica, em 2004.
O crescimento ultrapassou ainda marcas nunca antes atingidas nos investimentos em empresas do segmento, caso da proptech Loft, que recebeu um aporte de US$ 525 milhões e agora passa a ter valor de mercado de US$ 2,9 bilhões.
O investimento foi a maior injeção de capital já recebida por uma startup brasileira e fez a empresa se tornar a décima startup mais valiosa do setor imobiliário residencial no mundo e a primeira fora dos Estados Unidos e da China.
Mais um destaque acontece no aumento dos indicadores que norteiam o setor, como o IGP-M, da Fundação Getulio Vargas (FGV), que acumula alta de 31% nos 12 meses até março, e o IPCA – índice oficial de inflação – e que está em aceleração, fato que levou ao polêmico Projeto de Lei 1.026/21, com a intenção de tabelar os reajustes de aluguel pelo IPCA.
Se, de um lado, crescem as vendas, os investimentos, a tomada de crédito, os índices e o setor, por outro, crescem o endividamento, a desigualdade social e a desconfiança nos poderes, essencialmente nos poderes públicos.
Como bem destacou o presidente do Secovi-SP, Basílio Jafet, em seu artigo publicado no dia 20 de abril no Jornal O Estado de S. Paulo com o título “Tudo o que não precisamos agora”, o que não podemos deixar crescer, especialmente em momentos como este, é a desunião.
Não dá mais para fingir que o problema não é com você e, se estamos num dos poucos setores que não foram impactados negativamente pelo momento histórico que vivemos, resta-nos refletir sobre o quanto e como podemos contribuir com e para aqueles que estão sofrendo nesta tormenta.
É essencial que possamos aumentar nosso senso de união e comunidade no imobiliário, reconhecendo que “estamos sim na mesma tempestade, mas em barcos diferentes”, (frase genial de Marcus Vinicius Massarenti, CEO do Movimento Happiness).
Sim, temos assuntos urgentes neste momento: combate à fome e vacinação.
Por isso, nosso desenvolvimento precisa abraçar o senso de pertencimento e a colaboração com o próximo.
Nosso papel, enquanto influenciadores, decisores e protagonistas deste mercado, é dar o exemplo. Dar o exemplo de um setor que se preocupa com os seus e com uma sociedade mais equânime e justa.
Idealizadora e co-fundadora do movimento Mulheres do Imobiliário, LinkedIn Top Voices, colunista no blog Revista HSM (Empresas Shakti), idealizadora e host do podcast Vieses Femininos.
Consultora estratégica para o Real Estate e mentora de negócios.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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