Qual o endereço do seu home office?
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O mês de outubro começou com a notícia de que a cidade de São Paulo entrou na fase verde, com a retomada consciente de atividades econômicas não essenciais.
Após sete meses em estado de confinamento e isolamento social e mais de 150 mil mortes no Brasil, enfrentamos agora os desafios que ficaram por alguns meses como um horizonte distante, mas que parece se aproximar. A pandemia ainda está aí, e a flexibilização das atividades econômicas abre uma nova forma de nos relacionarmos com os universos casa e trabalho.
Com escritórios pouco ocupados e algumas posições definitivamente transferidas para o trabalho remoto, é preciso estarmos atentos à “cabana”.
Sair de casa e voltar a frequentar espaços públicos pode ser uma tarefa mais complexa após este longo período em confinamento. A “síndrome da cabana”, que não é considerada um transtorno mental, mas sim um acometimento, é causada por um estresse adaptativo entre pessoas que possam passar por dificuldades emocionais ao ter que sair do estado de retiro em sua casa e voltar às atividades presenciais no trabalho, às compras no comércio ou tenham que comparecer a um local público.
A expressão, que tem origem no início do século XX, serviu para relatar vivências de pessoas que ficavam isoladas em períodos de nevasca no Hemisfério Norte e que depois tinham que retomar o convívio.
Com os escritórios pouco ocupados, o trabalho à distância como parte da nova rotina e os medos que surgem no retorno, são muitas as dúvidas de como voltar a frequentar locais compartilhados, como os nossos locais de trabalho.
O mercado imobiliário mostrou um poder de reação à pandemia muito diferente de outros setores, registrando alta nas vendas e no número de novos lançamentos.
E o home office, como fica?
Pois é, você também deve ter percebido como ficou difícil manter o silêncio no dia a dia para o ritmo de tantos calls, lives e vídeo chamadas.
Até agora, as escolas não retornaram às atividades de forma integral e o ensino à distância precisa conviver com o trabalho remoto. Tarefa nada fácil para quem precisa acomodar tantas pessoas conectadas simultaneamente sob o mesmo teto.
E ainda mais quando tudo isso acontece ao som das batidas das reformas dos vizinhos.
Os dados do último balanço divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostram que o segmento de Casa e Construção mostrou um crescimento de 36% em julho, em relação ao mesmo período do ano passado, motivado por reformas residenciais e adequações para home office.
Se, de um lado, as reformas acontecem de vento em popa, de outro, a necessidade por um local mais silencioso e sem tantas interferências do dia a dia se mostra cada vez mais urgente.
Daí o endereço do “novo home office”. Aqueles escritórios que migraram a totalidade ou grande maioria dos colaboradores para o trabalho remoto viraram a segunda casa de quem precisa trabalhar, mas não encontra o espaço adequado dentro da própria residência.
A busca por lares que servissem também como ambiente de trabalho e o movimento de pessoas para outros bairros, com intuito de baratear gastos com moradia, impulsionou o mercado. Só em setembro, foram fechados mais de 6 mil novos contratos, superando patamares pré-pandemia, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo.
Mantendo o isolamento social ou até mesmo sendo o único representante da empresa a utilizar o espaço, esse “single office” começa a ser uma solução para quem precisa de momentos de dedicação e produtividade, que muitas vezes não são possíveis no espaço tradicional do home office.
Em junho, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou um documento destacando a importância do equilíbrio entre a vida pessoal, profissional e a saúde, a fim de flexibilizar a rotina para que o trabalhador não fique 24 horas por dia ligado ao emprego no regime home office.
A necessidade de ter um “espaço possível” é uma demanda que surge neste momento no mercado: como oferecer soluções que possam atender quem precisa trabalhar em home office e demanda um novo endereço para isso?
Idealizadora e co-fundadora do movimento Mulheres do Imobiliário, LinkedIn Top Voices, colunista no blog Revista HSM (Empresas Shakti), idealizadora e host do podcast Vieses Femininos.
Consultora estratégica para o Real Estate e mentora de negócios.
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