Saiba o que a Bait Incorporadora prepara para o último terreno livre na Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro
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Prestes a lançar um empreendimento pra lá de tecnológico no último terreno livre de frente para o mar, na Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, a Bait Incorporadora tem despertado interesse não só por parte dos cariocas, como também de todas as pessoas que trabalham no mercado imobiliário brasileiro.
Como será o edifício construído na orla de Copacabana, com grandes inovações tecnológicas e projeto que promete reunir grandes nomes da arquitetura? Unidades compactas e menos vagas de garagem, elementos que já se tornaram característicos nos lançamentos da incorporadora, devem dar o tom deste projeto, que pretende ser referência em imóveis como esses no Rio de Janeiro.
Em conversa com o Imobi Report, o CEO da Bait, Henrique Blecher conta detalhes do empreendimento da Avenida Atlântica e também de outros lançamentos da incorporadora, que almeja revolucionar a forma de morar e viver no Rio de Janeiro. Confira:
IMOBI: A Bait se apresenta como evolução na maneira de se morar e viver. O que exatamente vocês consideram como sendo essa evolução?
Henrique Blecher: Tanto eu quanto os meus sócios temos uma história no mercado financeiro e, desde 2017, quando criamos a empresa, a gente sempre olhou para ela como uma plataforma para gerar oportunidades de investimentos. Portanto, a incorporadora já nasceu com um mindset muito claro, com esse viés financeiro, de investimento. Na época, ainda havia um patamar de juros muito alto, mas a gente acreditava que os juros iam baixar, que teria espaço para uma concepção de locação para renda e que isso ia funcionar como uma oportunidade de investimento para longo prazo.
Em 2018, aconteceu a aprovação do novo Código de Obras do Rio de Janeiro, que abriu a possibilidade de construção de empreendimentos mais compactos, sem a necessidade de ter uma vaga de garagem para cada apartamento.
A partir daí, foi possível pensar em apartamentos mais funcionais, que combinam mais com o objetivo de venda de imóveis para investimento em renda. Além disso, os aspectos econômicos foram se consolidando como a gente imaginava. Então, a gente começou a olhar para o mercado de uma forma mais concreta, tentando propor empreendimentos diferentes, propor uma nova forma de morar e de viver. E aí nasceu o nosso primeiro empreendimento compacto, em Ipanema. Mas ainda é difícil. Aqui no Rio, ainda existe muito preconceito em torno desses apartamentos menores, por causa dos famosos quitinetes, que tinham até um nome pejorativo. O trabalho que a gente está preocupado em fazer é mudar um pouco esse mindset, mostrar que é possível morar em empreendimentos menores, mas de alto nível, com muita funcionalidade, muita tecnologia, ou mesmo investir em um empreendimento como esse, pois hoje é uma realidade você investir em apartamento para locação, que vai te dar uma rentabilidade.
IMOBI: Como tem sido a receptividade dos cariocas em relação a esses lançamentos?
Blecher: A receptividade desses projetos tem sido muito boa e a gente tem se surpreendido positivamente. A primeira barreira que a gente teve de vencer foi o corretor. Se ele não comprar o produto, ele não vai vender. Então, se o corretor entender que o que você está fazendo não é o que a gente chamava antigamente de “cabeça de porco”, um monte de gente morando em quitinetes, mas é um empreendimento diferenciado, funcional, tecnológico, com valor agregado, e que pessoas podem morar em apartamentos de 40 m² se tiverem estrutura em volta, aí vencemos essa barreira. Agora, acho que o corretor entendeu e está começando a propagar e divulgar essas informações.
Não queremos ser um canal de gentrificação. A gente sempre busca mostrar que é possível morar em Ipanema, sem comprar um apartamento de R$ 2 milhões, R$ 3 milhões, pode ser um apartamento de R$ 800 mil. E como você faz isso? Com apartamentos mais compactos, mas oferecendo para o condomínio toda uma estrutura dentro do empreendimento, para que ele não precise de um apartamento grande. Tem clientes, inclusive, que estão comprar para morar mesmo. São pessoas que entenderam que, melhor do que morar em um lugar longe do trabalho, faz sentido morar um lugar mais próximo, em um bairro bacana, onde são atendidos por todos os serviço. A proposta é essa, de tentar “democratizar” um pouco os espaços que são mais caros na Zona Sul.
IMOBI: Quais inovações tecnológicas a Bait traz em seus empreendimentos, principalmente em relação à arquitetura e à tecnologia?
Blecher: Em relação à arquitetura, a gente procura trabalhar com arquitetos que são bem alinhados com a nossa filosofia. A gente tem uma postura aqui dentro de ser o mínimo show off possível, isso está no nosso DNA. Então, a gente trabalha com linhas de design e arquitetura que são mais consistentes, mas também mais leves. Resumindo, você nunca vai ver um empreendimento nosso com fachadas suntuosas ou megalomaníacas. A arquitetura, para a gente, tem que ser funcional, não pode ser estética por estética. Também damos preferência para arquitetos que entendem bem a Zona Sul, que entendem bem o Rio de Janeiro. Por isso, a gente trabalha muito com arquitetos cariocas.
Agora em agosto, vamos lançar o empreendimento da Avenida Atlântica. Quando a gente comprou o terreno, tinha lá um empreendimento aprovado, com projeto da Zaha Hadid (arquiteta iraquiana-britânica conhecida por seguir a linha desconstrutivista da arquitetura) e todo mundo começou a perguntar: “Vocês vão contratar um arquiteto de projeção internacional?”. Porém, a gente optou por contratar um carioca incrível, porque a gente quer dar empreendimentos ao Rio, a partir de cariocas.
Com relação à tecnologia, a gente está antenado em tudo o que é possível entregar em termos de tecnologia em um empreendimento, para facilitar a vida de quem vai morar lá. Esse próximo lançamento vai ter desde reconhecimento facial até gestão do apartamento por aplicativo e geração de QR code para liberar o acesso de funcionários. Com isso, queremos gerar eficiência, porque ninguém quer morar em lugares com condomínios altíssimos.
IMOBI: Como os empreendimentos da Bait se integram à paisagem urbana do Rio de Janeiro?
Blecher: Não atrapalhando, sendo o mais leve possível. Isso é fundamental para a gente. A gente faz projetos muito respeitosos em relação ao landscape que a gente tem aqui. O que a gente se preocupa é mostrar que, a partir da arquitetura, você pode propor uma forma de morar mais inteligente. Com relação ao Rio, é isso, a gente não quer atrapalhar, a gente faz projetos bonitos, mas com uma cabeça muito mais low profile. Porque o Rio, por si só, já é muito bonito.
Mas o fato de trabalhar com arquitetos locais não quer dizer que a gente não trabalha com as tendências internacionais. A gente acaba atuando em um certo glocalismo, um globalismo local. Os arquitetos com quem a gente trabalha são pessoas que viajam o mundo inteiro, buscam referências no mundo inteiro, e isso acaba se refletindo nos empreendimentos que a gente trabalha aqui, mas claro que adaptando para a realidade carioca. Um exemplo: trabalhar com vegetação em fachada, no Rio, não é uma coisa tão fácil, por causa do calor e da umidade. Lá fora, é uma tendência, mas aqui a gente tem que trabalhar de forma que isso não seja um problema quando a gente for entregar para os condôminos que vão morar lá. Estamos sempre pesquisando materiais, tecnologias, mas também preocupados com a adaptação disso tudo para a nossa realidade.
IMOBI: Em relação ao empreendimento na Avenida Atlântica, vocês podem adiantar mais detalhes sobre o projeto? Ele vai seguir na linha de apartamentos compactos?
Blecher: A gente está programando o lançamento para agosto. Não é porque é nosso, mas acho que este é o projeto mais importante para a cidade neste ano, por ser provavelmente o último projeto a ser lançado na Atlântica, de um terreno virgem. Ele tem toda uma história em volta porque era um lugar onde ficava uma casa de pedra e, quando compraram esse terreno antes da gente, essa casa de pedra foi demolida e trouxeram a Zaha Hadid para fazer o projeto, que ia ser um hotel, mas acabou não sendo desenvolvido.
Quando a gente comprou, todo mundo já tinha uma expectativa de ser um projeto do escritório dela ou de outro arquiteto de escritório internacional. Mas a gente fez esse movimento contrário, fez um casamento, que é espetacular, de um arquiteto que vem de duas gerações, o Thiago Bernardes, filho do Claudio e neto do Sergio, que são arquitetos muito importantes para a arquitetura brasileira, com o escritório Burle Marx, que foi quem fez todo o paisagismo da Avenida Atlântica. São dois escritórios cariocas que têm projeção internacional, entregando esse projeto de presente para a cidade. É um projeto pelo qual a temos muito carinho porque acreditamos que vai ser, de fato, icônico. No sentido arquitetônico, foi um projeto que tomou muito tempo nosso, não vai ser uma fachada espetaculosa, mas vai ser linda. Ele foi todo pensado arquitetonicamente para entregar uma sensação de equilíbrio entre as áreas externa e interna, vai ter muita vegetação, é um projeto que foi pensado cada detalhe sob o ponto de vista da arquitetura.
O empreendimento vai ter 50 unidades e vai seguir na linha de apartamentos mais compactos, mas não tão pequenos. A gente está falando de apartamentos de 60m², mas também vai ser possível juntar dois ou até três apartamentos e fazer um só. Estamos pensando toda a estrutura, de engenharia, para contemplar essa possibilidade.
O empreendimento vai ter garagem, todo mundo vai poder parar o carro sem problema nenhum, mas não é uma vaga para cada um. Vão ser 30 vagas e a gente está trabalhando com tecnologia. Então, quem quiser estacionar seu carro lá vai reservar sua vaga no app. Se passar do limite de vagas, aciona-se uma prestadora de serviços, que desloca um manobrista para atender aquela necessidade, justamente para não criar custos desnecessários de condomínio, não ficar contratando gente sem precisar. Quando as pessoas forem saindo, o manobrista é dispensado, vamos trabalhar sempre com big data.
IMOBI: Qual o peso da responsabilidade de lançar um empreendimento no último terreno livre de uma das avenidas mais disputadas do Brasil? E qual a expectativa dos cariocas em relação a esse lançamento?
Blecher: Eu nasci e fui criado em Copacabana, então sempre ficava vendo aquela casa de pedra, faz parte da minha história. Por isso digo que a responsabilidade é grande, mas é prazerosa, não um peso. Eu e meus sócios estamos imbuídos de entregar para a cidade aquilo que a gente quer de melhor. Todo mundo está curioso para ver o produto, ainda mais porque havia o projeto da Zaha Hadid, que ficou muito conhecido. Ia ser o primeiro projeto dela na América do Sul. Vem algo bem legal, mas numa direção oposta de concepção estética.
IMOBI: De que forma a pandemia modificou os lançamentos da Bait que estavam previstos para este ano? Foi necessária alguma adaptação no cronograma ou mesmo nos projetos?
Blecher: O Atlântica era para ter sido lançado em maio ou junho. Quando começou a pandemia, a gente suspendeu tudo, não sabia o que ia acontecer, ninguém estava preparado. A gente só começou a entender o que estava acontecendo em maio, quando fomos percebendo que o mercado de alto padrão estava começando a mostrar recuperação, até pela queda de juros. Em função disso tudo, as pessoas voltaram a consumir imóveis, até porque dinheiro no banco hoje não vale nada, não tem rentabilidade. Isso permitiu que a gente pudesse reacelerar e lançar em agosto.
A gente mudou o calendário e mudou um pouco os projetos também, revisitando todos eles para tentar adequar a algumas necessidades. A pandemia acelerou alguns processos, que eu já acreditava que iam acontecer, por exemplo, trabalhar mais em casa do que ir para o escritório toda hora. Então, a gente buscou melhorar projetos nesse sentido, ter espaço específico para trabalhar dentro de casa ou no próprio empreendimento, investir mais no lazer nos empreendimentos, na medida do possível.
As pessoas começaram a olhar para suas casas e perceber que poderiam melhorá-las. Quando você é obrigado a ficar em casa por três meses, você começa a sentir necessidades que não tinha antes. Por isso, se você vai lançar um produto, tem que pensar sempre na vida naquela pessoa naquele apartamento, com a preocupação de ter mais espaço para trabalhar, de ter mais funcionalidade. A gente tem uma percepção de que a pandemia foi boa em certo sentido, pois acelerou processos e exigências. Isso vale para qualquer padrão, não é exclusividade do alto padrão, a gente tem que pensar a arquitetura para todos os níveis sociais e econômicos, pois todo mundo tem as mesmas necessidades, como conforto, luminosidade. A estética acaba nascendo depois que você pensar nisso tudo.
Mas os lançamentos continuam. Este ano, teremos certamente três, talvez quatro, todos na Zona Sul do Rio. E já estamos programando o primeiro semestre do ano que vem. Apesar de estar surgindo um movimento de valorização de imóveis maiores, isso não inviabiliza nosso negócio, tem espaço para todo mundo. Com os juros muito baixos, a gente está vivendo uma realidade que nunca viveu antes, que abriu uma oportunidade de estruturar e pensar o real estate de fato como uma forma de rentabilizar, uma forma de viver de renda, para investidor pequeno, investidor grande.
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